De onde vejo
O céu me pediu um abraço. Meu coração é pequeno e eu não tenho amor o bastante para isso. Ele permaneceu sozinho e eu, distante. Enquanto a voz dos meus passos dizia que aquele era o mesmo caminho, o que restava para ser vivido se mostrava para que eu continuasse. É a única maneira de voltar para casa e todos os dias de minha vida eu terei que desenhá-la em lugares já existentes. Serão outras flores que meus olhos irão colher, outras vidas que começarão a existir para mim, mas ainda serão traços. Todos feitos por uma procura... Minha presença não tem o mesmo cheiro que o meu perfume. Talvez por isso ela não seja percebida quando deixo um pouco de mim ao passar diante de alguns olhos. E nas vezes que ela cai longe das minhas lembranças, perco pedaços do tempo que tenho para fazê-la real.
Eu guardei meu sabor para quando fosse necessário me afastar de mim mesmo. Mas depois de tantas curvas, tantos silêncios e passados, ele fugiu para muito longe. Sem forças para segui-lo, sei que ele nunca existiu realmente. Mesmo me enganando, ao menos eu tentei construir algo em meu chão imperfeito. E nele as pedras me sentem; as folhas se desprendem das árvores e suas flores colorem as direções. As feridas que são tão profundas se distraem com as cores que sobre ele voam apressadas. Algumas delas podem me fechar os olhos, mas nem por isso eu as odeio.
Cada noite aumenta mais a escuridão e os sonhos que permecerem adormecidos sobre minha cama não me acompanham nos dias que eu preciso sorrir. E eu tenho que voltar pelas mesmas sombras que me viram ir. Com nada nas mãos além do cansaço, eu conto os pequenos brilhos que os dias aprenderam a esconder. Não posso parar de respirar, apesar de querer. Eu não conseguiria me segurar por tanto tempo, seria como olhar um espelho sem fim.
Aqui dentro as coisas são mais confusas, mais surreais. São como gotas de estrelas caindo sobre mim. Eu queria saber quantos amores é preciso para se criar uma vida; quantas dores é preciso para se escrever uma história. Das muitas brisas que meu corpo cruzou, pouco soube. Apenas medos e incertezas.
Eu guardei meu sabor para quando fosse necessário me afastar de mim mesmo. Mas depois de tantas curvas, tantos silêncios e passados, ele fugiu para muito longe. Sem forças para segui-lo, sei que ele nunca existiu realmente. Mesmo me enganando, ao menos eu tentei construir algo em meu chão imperfeito. E nele as pedras me sentem; as folhas se desprendem das árvores e suas flores colorem as direções. As feridas que são tão profundas se distraem com as cores que sobre ele voam apressadas. Algumas delas podem me fechar os olhos, mas nem por isso eu as odeio.
Cada noite aumenta mais a escuridão e os sonhos que permecerem adormecidos sobre minha cama não me acompanham nos dias que eu preciso sorrir. E eu tenho que voltar pelas mesmas sombras que me viram ir. Com nada nas mãos além do cansaço, eu conto os pequenos brilhos que os dias aprenderam a esconder. Não posso parar de respirar, apesar de querer. Eu não conseguiria me segurar por tanto tempo, seria como olhar um espelho sem fim.
Aqui dentro as coisas são mais confusas, mais surreais. São como gotas de estrelas caindo sobre mim. Eu queria saber quantos amores é preciso para se criar uma vida; quantas dores é preciso para se escrever uma história. Das muitas brisas que meu corpo cruzou, pouco soube. Apenas medos e incertezas.
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