Caminhos novos conhecidos por muitos
O dia amanheceu como de costume. Como as estrelas que se escondem pela vergonha de aparecerem por serem pequenas. E eu me sinto muito pequeno quando vejo a extensão de uma descoberta. Porque todas às vezes que tento sonhar sobre um caminho, parece que nele já houve vida. Marcas de passos guardados sobre uma história sólida. Elas têm vozes. Algumas conhecidas, outras vistas enquanto eu caminho cuidadosamente para não tropeçar. Mas todas sussurram em minha alma risadas que dizem que aquele lugar não é meu. Que todas aquelas folhas e pedras que adormecem junto a elas, as pertencem. Que o azul do céu é simplesmente assim, porque assim elas desejam. Todas brincam como se minha reação fosse inocente demais para que eu carregasse uma culpa. E dentro dessas mesmas brincadeiras, se pode perceber que a verdade aponta para os meus olhos. E nas vezes que as cores refletem uma escuridão noturna, eu já não posso mais voltar com a mesma sensação de encontrar um caminho novo. De estar em um caminho meu. As palmas, as batidas do coração, os sorrisos e tudo, são imitações daquilo que as árvores presenciaram antes da minha chegada. Fazendo de mim o eco de onde todos os outros já deixaram partes daquilo que os fazem únicos. Meu bolso, pulsando o peso das nuvens, conhece o desconforto que é uma chuva de mãos. Eu queria apenas poder me orgulhar como os outros. Sorrir e viver como outros. Eles amaram primeiro e, quando isso acontece, todo o resto parece perder um pouco desse amor que os primeiros tem por completo. E eu sou o último daqueles que ainda amam. Se é que ainda posso amar. Eu queria crescer nesse mundo de caminhos bonitos, flores tranquilas e sonhos distantes. Eles me fazem voar. O que eu consigo ao permanecer aqui, é roubar aquilo que não tem dono. Aquilo que pertence apenas a eles mesmos.
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