Quadro verde
Todas as manchas se minguaram diante de mim – eis a
magia!
Movendo-se como as nébulas no alto das árvores
Invisíveis por natureza, estavam verdes por uma questão
de proximidade
E próximo, eu, estava do querer das manchas
Ao dançarem, parecia que me queriam nu, de mente
translúcida, de olhos de vidro
Sentado sobre o meu delírio, enxerguei-me em um ponto
central
–– Era a língua das águas engolindo as águas
E a ventania se encontrava na sonolência
“Corram! Corram!”, diziam assim, as manchas
Mas de todos os homens e deuses – o que eu sou? – , só a
mim cabia a maldição
Aos poucos, o que era completo foi se despedindo,
dando-me as costas
Épocas chuvosas acabam aí, quando a neve consegue rabiscar
a escura pedra
Até que a sede de antigas figuras nasce em terras inférteis.
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