Ninguém
Um dia, sem pretensão, perguntei a mim mesmo
Qual era o sabor que tinha em ser o meu nome?
Não obtive resposta. Resolvi, então, pensar na razão do silêncio
E não obtendo pensamentos, quis então senti-la,
Assim, talvez, conseguisse algo. Não senti, nem consegui nada.
Deixei essa bobagem de lado, esqueci dela como quem lembra.
Descobri, depois de um tempo, que muito mais do que frasal,
As palavras eram físicas: o meu corpo, sem som e sem esforço,
Era a única resposta para aquela pergunta boba.
O que isso significa, eu não sei; mas pensei, senti e consegui
algo.
Talvez por isso não podemos dialogar ou casar,
Nem sentar de frente a nós mesmos no jantar, com olhos nos olhos
E alternância dos barulhos no manuseio com os talheres.
Nossa companhia é verdadeiramente solitária.
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