Daquela semana
“Raça de víboras, como podem vocês, que são maus, dizer coisas
boas? Pois a boca fala do que está cheio o coração.” – Mateus 12:34
Tenho sede! Uma
sede aquosa que molha toda a história
Enquanto a minha
vida me pede por mais alma,
A alma fica seca
pela falta de mais um pouco de vida
Igual naqueles
sete dias em que éramos quase um...
Minha boca pedia
por, talvez, mais uma semana
Dois foram os
tempos que conheci a felicidade contigo
Os outros cinco
seguiram com grande indecisão e tortura
As promessas que você
fez não foram cumpridas
As voltas que você
dizia foram apenas idas
De todo eu que
poderia mudar, foi você que voou
Das maneiras que
poderiam acabar, foi você que fechou
Estranhamente,
nada mais eu entendia por completo
Tua voz dizia,
como quem conta um sagrado segredo,
Que a solidão te
pertencia e que nada daquilo te servia
Era, eu, um diamante puro demais para um alumínio
Mas que garimpeiro
não busca a maior das preciosidades?
Esqueci-me que as
palavras mentem e envernizam os olhos
Aliás, nenhuma
delas mente quando o coração é sincero
Tenho sede! Não
mais dos teus beijos e companhias,
Nem das tuas
máscaras e mentiras –– você as reconhecia!
A nascente de teu
sabor já desagua n’outras terras –– como não?
Apesar do meu
universo ainda sustentar a Estrela de Baltazar
Ela é somente
resquícios de um passado que foi terno
Hoje tenho sede!
Uma sede particular que me preenche o corpo
Quero me beber até
não mais sobrar nada de mim a mim mesmo
–– Sim, tenho
sede... Sede de mim!
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