Novembro
"A Grande Onda de Kanagawa" de Katsushika Hokusai
Eu
tomei todas as águas do mundo
Para
acalmar os tremores de dentro de mim.
A
sede nunca passa:
Uma
boca e uma garganta em meus sertões
E
há ventos por demais em meu estômago,
Tanto
que nem vi quando trouxeram novembro.
Novembro
não é o fim,
Mas
o findando-se;
Não
é a morte, mas o enquanto se morre;
Não
é a brancura,
Mas
o habituando-se dos olhos à todas as cores.
Enfim,
novembro não é o lar,
Mas
sim, a avenida que corta toda a cidade,
Misturando
idas e vindas com manhãs e noites.
Todos
e cada um dos passarinhos daqui
Cantam
como as teclas de um piano
––
Calor que me forja uma paz em forma de coração.
Ao
longe, as vidas vizinhas me perguntam
Notícias
sobre as paisagens argentinas,
Enterradas
nas sombras dos lodos dos muros goianos.
Ainda
recém-nascido, eu fui obrigado a mentir:
“Porque
as minhas guerras irão acabar,
É
que poderei tocar todos os instrumentos,
Isso
em meados de novembro”.
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