Ah, como eu odeio...



















Ah, como eu odeio o amor! Como eu o odeio...
Esse que nunca se revela realmente para os meus olhos
Tudo o que tenho dele é o seu extremo receio
Sombras das mãos que se ninam, almas amantes, e seus sonhos

Ah, como eu odeio o amor! Como eu o odeio...
Esse que me mostra que meus braços estão sempre vazios
E o vejo apenas distante das ruas que costumo passar
Do outro lado, sorrindo, bebendo das águas de outros rios

Ah, como eu odeio o amor... Por ele não me amar
Procurei-o pelas terras dos seres humanos e ele não está lá
Encontrei e ouvi, somente, a fome de desejos vãos a gritar

Ah, como eu odeio o amor... Por não ouvir minhas orações
O que eu quero são corações, um que seja, e não muitos corpos
Mas ele só vaga nos lugares onde as pessoas formam multidões.

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