Roda das dores


Que saudades tenho, eu, de abrir o círculo no chão
E de me sentir, assim, quase um embrião
No núcleo de um ventre que é real como o vento,
Tendo lá a escrita de todo o meu intento

Gritar aos céus em fórmula de oração,
Aos deuses à restauração de tudo que eu invento.
Milagre é quando o homem se torna o convento
Unindo profano e sacro em comunhão

Quisera, eu, sentir novamente aquela esperança,
Ter as fieis mãos preenchidas pelos pais,
Igual fui nos tempos que me chamavam de criança.

Crescem-se as épocas, perde-se a plena paz:
E doídos por todos os mundanos que nos vêm
Esquecemos que doemos para o Mundo também!

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