A borboleta
No canto, a voz das paredes me prende
com asas
Em um luto iniciado com a vida,
certamente
Muito além de permanecer, eu pertenço
ali
Sem linguagem, sem movimento, de
presença silenciosa
Como um tecido sólido diante dos corpos
em composição
–– Quem poderia dizer se não sou eu a
sonoridade dessas formas?
Minha casa: a audição das muralhas que
constroem o mundo
Mas nem todas as notas me são
desvendadas
Não por isso, elas ainda moram em mim
E voo, para que, talvez, eu também more
nelas.
Comentários
Postar um comentário