Um assovio
Imagine um assovio sem fim, muito menos sem começo;
É isso que ouço sempre, a todo momento e mais uma outra vez.
Não com os ouvidos carnais, mas sim com os espirituais,
Que também faz o meu corpo ser teremim que ressoa por dentro.
Com o seu marulho constante, as minhas pálpebras pesam sobre a vigília,
E também, juntos, elas se abrem adormecendo os sonhos que agora descansam.
O meu corpo é a língua que se dobra para o lá fora que são os dedos,
De onde, tecnologia orgânica da sobrevivência, o assovio nasce, para o bem-mal.
Muito facilmente se vê as ondas sonoras, não os sons, mas nada acontece de repente.
Por isso, me tenho, a qualquer dia, ensurdecido pela vida
(As suas engrenagens, as suas ferrugens e os seus frescores)
E não tão de súbito, silêncio...
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